DACAR (Reuters) - Um britânico que tenta se tornar a primeira pessoa a cruzar o Oceano Atlântico a nado disse nesta quinta-feira que está tendo que lidar com tubarões, ferroadas de águas-vivas e águas revoltas, além de uma traça-marinha que tentou se aninhar em seu ouvido esquerdo.
O ex-policial Ben Hooper, de 38 anos, disse ter encarado a travessia de quase 3.200 quilômetros do Senegal ao Brasil para provar que nada é impossível, inspirado por exploradores como Ranulph Fiennes, que cruzou a Antártida a pé.
Mas desde que partiu no dia 13 de novembro ele só nadou 67 milhas náuticas –o que significa que, no ritmo atual, só irá chegar no começo de 2018, muitos meses atrasado. Um ex-membro de sua equipe disse que uma embarcação de apoio só tem alimento para 140 dias.
"Sim, isso é muito mais difícil do que eu vislumbrei", disse Hooper em uma postagem no Facebook. "Águas-vivas me ferroaram repetidamente todos os dias, e agora vimos tubarões em duas ocasiões confirmadas", disse ele, acrescentando que continua comprometido a nadar cada milha.
Em uma entrevista concedida à Reuters pouco antes de partir, Hooper disse ter um repelente feito de cartilagem apodrecida de tubarão, o que teoricamente os mantém longe.
Ele terá que atravessar trechos de mar próximos do Brasil em que tubarões dão à luz e onde as fêmeas podem atacar para proteger seus filhotes.
Dez dias atrás, ele teve que parar de nadar e pedir que um médico retirasse a traça que se aninhava em seu ouvido. Ele também foi virado muitas vezes por ondas grandes e encontrou verdadeiras ilhas de lixo flutuante.
A postagem de Hooper também confirmou que uma segunda embarcação de apoio repleta de massa e arroz voltou para Dacar, obrigando a equipe a depender de pacotes de ração militar.
(Por Emma Farge)